Faça-se a escrita

Não sei o que pensavam aqueles egípcios!! (ou foram os persas?). Não sei. Seja lá quem tenha inventado essa tal de escrita. É, no mínimo, derivada de alguma influência extra-terrestre. E me parece que uma arma muito poderosa. Nossa limitação humana pode até ser capaz de criar máquinas minúsculas com botãozinhos vermelhos que explodem o nosso e outros mundos. Mas duvido muito que tenhamos inventado a escrita. Não há ciência que expliqe, nem história que se conte. Aliás - Viva o paradoxo! - não há texto que ensine o surgimento dessa intrínseca habilidade. Explico:

Que melhor manipulação pode existir do que o poder de persuasão? Homem iludindo Homem. Palavras. Tudo bem, não somos tão rápidos nas converssas - felizes daqueles que o são. Por isso, Eureka, a escritas nos dá o fator essencial: Tempo. Jamais teria eu a audácia de tentar dizer tudo isso em discurso falado diretamente. Uso do próprio artíficio para provar seu poder. Escrever liberta-nos de todos aqueles pensamentos jogados que não somos capazes de unir em frases com sentido. Escrever é mostrarmos tudo aquilo em que pensamos junto com tudo o que nos é apresentado. Escrever é mostrar aos outros tudo aquilo que eles querem ou não ver ou ouvir, com palavras que queremos ou não usar. Não é de forma alguma natural. Nã há escritor que feche os olhos, pegue caneta e papel e faça aparecer seus puros pensamentos. Não pensamos em palavras. Escrever é manipulá-las para que o impacto seja maior. Quem escreve não pensa no texto, pensa em quem lê. E quem lê, esse sim, pensa no texto, e também em quem o escreveu. Que conclusões tira o leitor do texto e o autor do leitor? E que conclusões tira o autor do texto e o leitor do autor? Que consluões, se o texto depende, antes memso de existir, do autor e do leitor?

-Parágrafo censurado-

Como é fácil enganar e ser enganado, e como é difícil perceber. Tempo para pensar torna nossa inteligência muito perigosa. Perigosa para a percepção humana do que é verdade, moral, real. Percepção do que é. Começa aqui uma campanha que só autoriza a leitura àqueles que não sabem ler, e a escrita àqueles que nã têm idéia do que dizem. Não no sentido físico dos verbos. E não aceito opiniões, tampouco críticas, a respeito deste ensaio. Quem falou que não estou aqui manipulando-vos da mesma forma que teno me explicar? Repito, uso do próprio artifício para provar seu poder.
Assim como as próprias pessoas, ensinam os sábios, um texto não é apenas um texto. É no mínimo três. É o que o autor imagina que ele seja. É o que o leitor imagina que ele seja. E é o que ele realmente é. E isso meus amigos, ninguém sabe o que é. Transformo aqui a explicação do status.

Escrever é falar de uma coisa que você não sabe, com palavras que você não entende, para mostrar a pessoas que você não conhece, um significado que você não garante.

Que pensavam esses tais egípcios?